As coisas estão, certamente ao contrário… cada dia há mais coisas/pessoas/situações neste país que me levam a acreditar que o povo português é um povo sui geniris, sem comparação possível!
Hoje telefonaram-me para o trabalho e mandaram-me aguardar porque se tratava de uma chamada do Porto (há que imaginar uma senhora a dizê-lo com uma voz comprometida!). Isto, por si só, já me parece estranho… não estamos nós na era dos telemóveis e das telecomunicações, em que telefonar do Porto é tão natural como de Lisboa ou Bardalhais de Samouco?
Bem, mas o que é certo é que eu esperei e esperei até que comecei a reflectir no ridículo de toda a situação. Nunca pensei que se pudessem dar ao trabalho de telefonar para o trabalho de alguém a pedir que ‘aguarde’ sem qualquer outra explicação.
Aguardar o quê? Por quem? E aliás, se eu evito esperas por que raios me hão-de telefonar a pedir para esperar sem motivo nenhum?! O que me oferecem em contrapartida por esperar… é que quem está a pagar esse meu tempo são os meus patrões! Se alguém tivesse esse direito de mal gastar o meu tempo seriam eles já que é a eles que vendo essas horas do meu dia!
Até que atende uma senhora, que interrompe bruscamente aquela música horrível e me diz num tom de quem está a achar completamente imprópria a hora daquele telefonema: ‘olhe, vai ter que aguardar mais um bocadinho está bem?!’ Com tom de chateada, a dar-me a conhecer o seu desagrado por eu estar a ser inoportuna (devo lembrar que fui eu a que recebeu a chamada). Eu aguardei e lá atendeu um senhor que queria realmente solicitar um serviço… mas isto leva-me a perguntar:
Não seria melhor telefonar, seja para onde for, quando tivermos tempo para o fazer?
(Outra questão, a 1ª voz que advertiu do telefonema longínquo não era a mesma voz que me deu a entender que eu estaria a incomodar... no meio desta crise toda digam-me quem é o Sr. que tem duas funcionárias a fazer chamadas deste tipo?)